segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Minhas lembranças!!!

Sinto falta dos meus tempos de criança!

Sinto falta do cheiro do mato depois que arrancavamos as folhas, de caminhar descalsa, de pular nas possas de água depois que chovia de melar toda roupa de lama, minha mãe detestava isso. Relampejava, viamos que ia cair o maior pé d'água e logo todas as crianças corriam loucas, eufóricas para rua, ficavamos correndo de bica em bica, apostavamos quem pegava a bica com a água mais forte, era perigoso, mas quem ligava?

Sinto falta de subir nas árvores, roubavamos cajú e manga nos messes de dezembro, corriamos dos cachorros feito locos, prometiamos nunca mais fazer isso depois que escapavamos, mas no próximo ano estavamos todos lá. Lembro que uma vez subi alto num cajueiro, morri de medo de descer, gritava pros meninos me ajudar a descer e eles ficavam sombando de mim, diziam que eu era metida por ter subido tão alto, quando finalmente fui provar que podia descer só, meti a mão numa lagarta cheia de pêlos, nunca esqueci o quanto aquilo ardia, desci aos prantos, mas desci só!

Sinto falta do Caiai, quando ia com as minhas irmãs kaline e Kamilla e o papai. A mamãe preparava um lanche pra ficarmos comendo quando a fome batesse, era um pão com mortadela e suco de uva de saquinho, iamos para Compesa, lá dentro jorrava água de montão, apessar de terem muitos canos inferrujados o papai era muito atêncioso, nos encorajava a pular dos canos na parte mais alta e não menos segura, ele dizia que não deveriamos ter medo porque ele estava lá, e que um dia iamos ter que arriscar nossa própia sorte, eu sempre ficava perto dele, sempre tive mais afinidade com ele do que com a mamãe, eu treala e ela me batia, o pai nunca se metia, e eu ia chorar perto dele que me consolava, mas não me protegia na maldita hora da surra, claro, nós sempre sabiamos porque apanhavamos, uma droga! porra qual é a criança que nunca fez a droga de brigar com as irmãns mais novas e que já as ameaçou se elas não guardassem segredo ou não as obedesesse? Acho que o papai sempre tentou me proteger dessas surras, bem, eu nunca soube. Na verdade eu só sabia porque estava apanhando. Sendo eu a mais velha de duas lindas irmãs aprendi logo cedo três coisas: 1) Irmã é amor, 2) irmã é amiga e 3) irmã protege a outra, depois disso impregnado na minha mente eu só assistia os filmes de Carate kid, Power hanger, Ramboo, etc e tal... e brigava com os muleques na rua que se metiam a besta com minhas irmãs, eu as protegia, encobria seus erros erros eu as amava.

Alguém sabe o que é uma tanajura? Bem tanajura é um inseto com asa, um tipo de formiga desenvolvida com um ferrão enorme que tem um pouco de veneno na ponta. Aprendi cedo como comer esse inseto, frito na mantega com farinha e café, fazia o maior sucesso, mas como conseguir? Meus caros amigos, não é só cômico a preparação para pegá-los, mas perigosso também. Eu sabia que o meu pai adorava comer tanajura e minha mãe preparava essa iguaria como ninguém, primeiro enrrolavamos panos nos pés e depois pegavamos garrafas peti e panos ainda maiores e iamos para a luta, os formigueiros de preferência deveriam ser perto de grandes barreiros com água, por que se uma tanajurinha daquelas conseguisse picar qualquer uma de nós, saimos correndo e pulavamos feitos locas nos barreiros morrendo de dor até a danada largar.
Nesse dia eu tava assistindo tv quando Arlne veio falar com Kaline, elas eram grandes amigas, mas Kaline não estava em casa, então ela me chamou. Disse que do lado de fora o céu estava empestado de tanajuras, pois tinha chovido no dia anterior, eu corri para ver e ela tinha razão. Ela me disse cheia de ansiedade que conhecia um lugar depois do cural do pai dela onde tinha um barreiro e muito formigueiros e que os meninos haviam conseguido encher duas garrafas peti, ela não precisou falar muito para me convercer, pulei do chão e aceitei. Sai de casa tão rápido que esqueci de falar para onde eu ia, sai uma hora da tarde peguei duas tanajuras levei quatro ferruadas nas pernas uim inferno, voltei pra casa as cinco horas da tarde, sem tanajuras, minha mãe estava em casa angustiada sem ter notícias minhas e com muito medo de ter acontecido alguma coisa porque ela viu o movimento na rua das outras crianças atraz das tanajuras mas não me viu e logo deduziu que eu podia ter ido pega-las perto de algum barreiro, como os barreiros são fundos ela temia ter acontecido algo. Amigos, a não ser que morem só, avisem quando sairem. Neste dia a mamãe nem perdoou as quatro ferruadas que eu levei, cheguei toda ensopada o que a fez confirmar o fato de que eu estava realamente em um barreiro, em meio a ameaças e gristos de VOCÊ AGORA VAI APANHAR MOSINHA, E O MELHOR É QUE VOCÊ SABE O MOTIVO! Eu Griei do outro lado, só se você me pegar mamãe, e corri ... Não teve jeito, ela era muito traisoeira e não esquecia fácil, me lasquei todinha, uma surra de sinto dobrada, fiquei toda engebrada, no bom sentido claro, equem ja tomou uma boa corça de sinto, sabe bem do que estou falando. Bem nunca mais comi tanajuras na vida, hoje até o cheiro me enjoa e foi assim que acabaram minhas aventuras de pegar tanajuras perto de barreiros.